Inspiração do passado: Martha Graham

"O movimento nunca mente. É um barômetro dizendo o estado da alma para todos os que podem lê-la." Martha Graham

Uma das artistas da dança (sim, antes de considerar a dança um esporte a considero arte - você pode ler mais sobre minhas opiniões a respeito em meu último post) que eu mais admiro desde que ouvi falar dela pela primeira vez é Martha Graham. E por esse motivo escolhi ela para ser a nossa primeira inspiração do passado aqui no blog!

Resumi abaixo para vocês os pontos mais importantes da carreira dela, de acordo com as biografias que li e listo aqui embaixo ;)

Martha Graham nasceu em 11 de maio de 1984 em Allegheny City, futuramente parte de Pittsburgh, Pennsylvania, filha de pais presbiterianos estritos e descendentes de irlandeses, escoceses e ingleses. Apesar de não ter recebido deles grandes incentivos para dançar, ao mudar-se para Santa Barbara quando ainda adolescente entrou em contato com a dança moderna que era produzida na época. Por aproximadamente dez anos estudou com Ruth St. Denis e Ted Shawn na recém-inaugurada Denishawn School of Dancing and Related Arts.

Desde o início de sua carreira na dança sempre tentou ajudar as pessoas a entenderem a dança como uma forma de arte mais baseada na experiência da vida humana em vez de apenas uma forma de entretenimento. Esse desejo e a falta de espaço para essa prática nas escolas de dança da época a fez fundar sua própria escola em 1926, a Martha Graham Center of Contemporary Dance. No mesmo ano estreou um espetáculo em New York City e fechou parceria de anos com a fotógrafa japonesa Soichi Sunami, responsável por todos os registros da bailarina na época. Chegou a dizer a respeito dessa época: "Tudo o que fiz foi influenciado por Denishawn." Mesmo assim, com sua escola pôde começar a produzir peças com menos movimentos decorativos e focar mais nos aspectos fundamentais do movimento.

Sua técnica baseia-se na técnica principal chamada de contração e relaxamento da dança moderna, que nada mais é que um aperfeiçoamento dos movimentos naturais de respiração do corpo humano. Esta técnica deu ao seu estilo uma característica mais pesada e próxima ao chão, uma clara oposição à técnica do ballet.

Colaborou com Isamu Noguchi para criação de inúmeras peças de cenografia, extremamente elaboradas e inovadoras para a época. Os temas de suas coreografias variavam grandemente, mas os mais usados foram a América e Mitologia Grega. Por meio de sua dança também retratou a guerra e a Grande depressão americana. Convidada pelo presidente Roosevelt, em 1938 se apresentou na Casa Branca, a primeira bailarina a se apresentar neste local.

Uma das únicas coreógrafas de dança moderna a ter um trabalho seu apresentado na Broadway, sua peça Clytemnestra é considerada uma obra prima da dança moderna. Estreou em 1958 tendo como tema a mitologia grega e foi um grande sucesso.

Colaborou com inúmeros músicos e compositores de sua época, mas pouquíssimo de seu trabalho foi gravado. Acreditava que as apresentações ao vivo devem apenas existir no palco em que estas são experienciadas. Assim, coreografou mais de 181 peças. Dançou até os 76 anos de idade.

Depois de encerrar sua carreira no palco, abusou do uso de álcool ao ver muitas de suas danças sendo apresentadas por jovens bailarinos e chegou a entrar em depressão profunda. Chegou a ficar internada no hospital por um tempo, mas se recuperou e voltou a coreografar em sua cia até 1990. Morreu em 1 de abril de 1991, totalizando mais de 70 anos de uma vida dedicada à dança e de muitos prêmios. Sua autobiografia, Memória Sangrenta, foi publicada após sua morte no mesmo ano. A Martha Graham Dance Company, sua companhia de dança, existe até hoje e é a cia de dança mais antiga dos EUA e até hoje ela é conhecida como a pessoa que trouxe a dança até o século XX.

E antes de finalizar, gostaria de deixar aqui uma frase de Martha Graham que amo:

"Há uma vitalidade, uma força de vida, uma energia, algo que é traduzido por meio de você em ação, e porque só há um de você em todo o tempo, esta expressão é única. E se você a bloqueia, ela nunca vai existir por nenhum outro meio e será perdida. O mundo não a terá. Não é de sua responsabilidade determinar quão boa é ou quão valiosa ou como se compara a outras expressões artísticas. É o seu trabalho mantê-la sua claramente e diretamente, para manter o canal aberto. Você nem mesmo tem que acreditar em si mesmo ou em seu trabalho. Você tem que se manter aberto e desperto para as coisas que te motivam. Mantenha o canal aberto... Nenhum artista está satisfeito. Não há nenhuma satisfação de maneira alguma em qualquer tempo. Há apenas uma insatisfação divina, uma inquietude abençoada que nos mantém em pé e nos faz mais vivos que os outros."

Bom, finalizo aqui a inspiração de hoje, também uma de minhas maiores inspirações como bailarina. E você, curtiu conhecer um pouco mais sobre Martha Graham? Escreva aqui nos comentários, comente no meu insta, me mande uma mensagem, um email ou um sinal de fumaça! Eu vou responder imediatamente :)

Bibliografia usada para este post:

- Martha Graham: A Dancer's Life de Russel Freedman (1998)

- Blood Memory de Martha Graham (1991)

- Martha: The Life and Work of Martha Graham A Biography de Agnes De Mille (1991)

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