Inspiração do passado: Loie Fuller
- Anne Oliveira
- Apr 24, 2023
- 3 min read
"A beleza é uma expressão da eternidade e, quando danço, sinto a eternidade em mim."
Loie Fuller

Para o Inspiração do Passado deste mês eu escolhi trazer a história da vida de uma dançarina que não é tão conhecida nem mesmo no mundo da dança, mas da qual sou fã já há muito tempo, por seus posicionamentos e por sua inovação tanto no mundo da dança quanto no mundo da cenografia e da iluminação. Ela inclusive foi objeto da minha pesquisa de TCC no meu Bacharelado em Dança pela Universidade Estadual de Campinas. Foi muuuito especial poder estudar de forma mais profunda as movimentações de uma artista tão inspiradora.
Loie Fuller foi uma figura influente na história da dança e na inovação tecnológica relacionada à arte. Em "Loie Fuller, Magician of Light", Richard Nelson descreve a importância da inovação tecnológica na dança de Fuller: "Loie Fuller, uma das primeiras a entender a conexão entre tecnologia e arte, usou a invenção da iluminação elétrica para criar um novo tipo de performance".
Fuller se destacou por sua abordagem inovadora à dança, combinando movimentos ondulantes de véu com efeitos de iluminação dramáticos. Em "Poetics of Dance: Body, Image, And Space In The Historical", Gabriele Brandstetter observa que "Loie Fuller explorou as possibilidades expressivas do corpo no espaço, criando um vocabulário de movimento único". Suas performances eram frequentemente descritas como mágicas e hipnotizantes, envolvendo os espectadores em um mundo de fantasia.
A artista foi, além de tudo, uma empreendedora e inventora prolífica. Em "Dance's Duet With The Camera", Susan Leigh Foster destaca o papel de Fuller como uma das primeiras artistas a explorar o potencial da tecnologia cinematográfica: "Fuller compreendeu a importância do cinema para a documentação da dança, e trabalhou com Thomas Edison para criar uma série de filmes de suas performances".
Fuller também patenteou várias invenções relacionadas à dança e iluminação, como a máquina de fumaça que ela usava em suas performances. Em "Eurythmy and the New Dance", Rudolf Steiner destaca a importância de Fuller como uma precursora da dança moderna: "Loie Fuller foi uma das primeiras a experimentar com a relação entre movimento e luz, criando uma nova forma de expressão que inspirou muitos outros artistas".
Sua influência na dança e na tecnologia continuou a ser sentida por décadas após sua morte em 1928. Em "Poetics of Dance", Brandstetter observa que "Loie Fuller abriu caminho para muitos outros inovadores no mundo da dança, incluindo Isadora Duncan e Ruth St. Denis". Seus movimentos de véu e luz também foram adaptados por artistas em outras áreas, como no cinema e na moda.
Loie é lembrada como uma artista revolucionária que desafiou as convenções de sua época e criou uma nova forma de arte. Em "Loie Fuller, Magician of Light", Nelson resume seu legado: "Loie Fuller foi uma das primeiras a entender a relação entre tecnologia e arte, e seu trabalho influenciou muitos outros artistas nas décadas seguintes. Ela é lembrada como uma artista visionária que criou uma nova forma de dança que ainda inspira artistas de hoje".
E, pra finalizar, trago uma frase dela que amo e com a qual me conecto muito, pricipalmente pelo fundo espiritual que vejo nela: "Minha dança é um processo de iluminação." Esta citação traz muito do que eu acredito ser a dança também na minha trajetória: uma ferramenta por meio da qual eu posso me realizar, encontrar a minha própria luz interna e, por meio dela, iluminar a vida de muitos outros!
Lindo, né? Uma artista da dança que pesquisou de forma tão profunda aquilo que queria, mas que é pouquíssimo conhecida até mesmo no mundo da dança…
Agora me diz aí: você já a conhecia ou havia ouvido falar dela em algum momento? Se sentiu inspirado de alguma forma ao ler este texto sobre ela? Me manda uma mensagem pra gente conversar um pouquinho a respeito :)
Bibliografia usada para este post:
- Loie Fuller, Magician of Light
- Poetics of Dance: Body, Image, And Space In The Historical
- Dance’s Duet With The Camera
- Eurythmy and the New Dance
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